O cuidado com o meio-ambiente e as tendências relacionadas ao ESG estão cada vez mais presentes na rotina de profissionais da arquitetura e engenharia. O motivo? Tentar reduzir ao máximo os impactos negativos que uma construção pode causar à natureza. É nesse contexto que os materiais sustentáveis ganham força.
A tecnologia avançou muito e vários estudos acerca de materiais sustentáveis trouxeram soluções que aliam sustentabilidade e bem-estar. Para Larissa Murakami, gerente de sustentabilidade na Inovatech, existe uma tendência de criar “espaços pensados para proporcionar condições de conforto, qualidade do ar e iluminação“.
Larissa defende a ideia de “espaços saudáveis“, que são aqueles que promovem a “qualidade de vida, saúde física, mental e social dos ocupantes”. Quando pensamos em materiais sustentáveis isso também está relacionado, já que a sustentabilidade diz respeito tanto ao cuidado com o meio ambiente como também das pessoas que irão viver no empreendimento criado.
Por que apostar em materiais sustentáveis?
Geração de resíduos, poluição sonora, alto consumo energético, uso excessivo de água… esses são alguns dos impactos ambientais gerados na construção civil. A adoção de materiais sustentáveis entra em cena para minimizar esse malefícios em todas as etapas de desenvolvimento.
“As ações que visam promover impactos positivos no meio ambiente vêm sendo cada vez mais valorizadas pela sociedade e, no âmbito da construção civil, essas práticas trazem muitos benefícios, como maior conforto, melhor qualidade dos espaços e incentivos fiscais (como o IPTU verde)”, afirma Murakami.
Você já deve saber que o consumo consciente é uma das tendências da arquitetura e decoração em 2022 e, por isso, vários profissionais estão em busca de uma “pegada mais verde” em seus projetos. Mas como fazer isso na prática? A seguir, separamos algumas dicas de materiais que Larissa Murakami sugeriu!
5 técnicas e materiais para usar na construção civil
Murakami listou nove materiais sustentáveis e técnicas que podem ser adotados para conseguir aliar o cuidado com a natureza e o bem-estar dos ocupantes no projeto final. Confira!
Sistema BubbleDeck
O sistema BubbleDeck é um método que “visa a eliminação do volume de concreto de uma laje proporcionando mais leveza e resistência”, explica a especialista. São incluídas esferas plásticas entre telas de aço que substituem o concreto, e acabam oferecendo mais leveza e reduz custos e emissões de CO2.
Madeira engenheirada
A madeira engenheirada é um material avançado que “traz mais eficiência, racionalidade, alta precisão e sustentabilidade para as obras”. O material é renovável e atua na captura de gás carbônico, fazendo o armazenamento em toda a vida útil.
Steel Frame
Steel Frame e Wood Frame são sistemas de construção a seco que estão cada vez mais em alta no Brasil que, inclusive, já se destacaram em algumas mostras da CASACOR. No caso do Steel frame, o foco principal é fazer a substituição de blocos de cerâmica ou concret por armações construídas em perfis de aço com placas cimentícias.
Painéis de Isopor®
O Isopor® é 100% reciclável, tendo sua composição feita basicamente de ar e apenas 2% de plástico. Na construção civil, o material pode se apresentar como laje, forros, elementos estruturais, telhas, revestimentos e até artigos decorativos.
A vantagem está relacionada tanto à leveza do projeto final como também o uso de um material que pode ser reutilizado posteriormente.
Drywall
O Drywall apresenta vantagens semelhantes ao do Isopor®. Trata-se de um produto reciclável que pode substituir paredes e outras estruturas. O consumo de água se destaca no uso do material, pois ele se caracteriza como uma ferramenta para a construção a seco – sendo assim, o gasto de recursos hídricos é baixíssimo.
Além dos materiais citados, Murakami também destaca outros que estão em desenvolvimento e outros já disponíveis, como o bioconcreto, tijolos de plástico (com material retirado do oceano), tintas ecológicas, vidro inteligente, etc.
A especialista alerta para a importância da busca por estratégias para o pós-obra, ou seja, na operação do edifício depois que a construção for concluída. “Muitas estratégias podem ser adotadas na seleção de sistemas mais eficientes alinhados à controles de automação predial que contribuem significativamente para uma operação mais sustentável”, recomenda.