Que ancestrais queremos ser? Esse é o mote que orienta a CASACOR 2024, cuja provocação instiga profissionais de norte a sul do país, e também da América Latina, a elaborarem projetos alinhados com os desafios sociais e ambientais da contemporaneidade. É nesse contexto onde surge o tema da CASACOR 2024, “De presente, o agora“, que pretende repactuar o presente para construir um futuro inovador.
Apresentado em evento exclusivo no MASP no ano passado, o tema passa a ser divulgado hoje (29) em todas as mídias digitais de CASACOR. André Secchin, Diretor Geral de CASACOR; Livia Pedreira, Presidente do Conselho Curador; e Pedro Ariel Santana, Diretor de Relacionamento e Conteúdo, dão voz à série de vídeos que elucidam sobre as três principais nuances do novo tema: a importância para o mercado, o legado que queremos deixar para as futuras gerações, e a necessidade de trazer a ancestralidade para o presente.
De presente, o agora
Mais do que alinhar expectativas em torno das mostras nacionais e internacionais, o tema é uma ferramenta que estimula criativamente os profissionais envolvidos na execução de CASACOR, ao mesmo tempo em que entra em contato com as questões do nosso tempo, posicionando-se como uma herança para o morar e para as sociedades, na intenção de inventar um futuro mais verde, mais igualitário e mais diverso. Mais do que isso, o tema também funciona como um mapeamento do setor, levantando as questões mais urgentes que permeiam a contemporaneidade.
“Temos que instigar e intrigar. Esse é o papel da CASACOR como principal voz e organizador de mercado do segmento”, explica André Secchin.
Conheça o Manifesto que deu início ao tema “De presente, o agora”:
O mundo olha o Brasil com esperança e fascínio, frente às ameaças de um colapso climático e humanitário. E esse olhar não poderia ser mais certeiro.
Por acolher em seu território a maior parte da Floresta Amazônica – precioso pulmão verde do planeta – e uma biodiversidade de magnitude ainda incalculável, o país reúne elementos para gerar a alvorada de uma inédita ordem econômica: mais verde, mais igualitária, mais diversa, mais solar.
Complexa, exuberante e contraditória, a nação brasileira enfrenta o desafio de reparar injustiças estruturais. E compor uma poderosa sinfonia com todas as vozes que foram silenciadas ao longo dos séculos.
Celeiro que alimenta o mundo, não eliminamos a fome entre nós. Somos exemplares no uso de energias limpas, mas ainda convivemos com o desmatamento ilegal e a poluição dos rios. Não escapamos do cotidiano mundial de hiperdigitalização, que não livra ninguém da ansiedade, da solidão nem da dificuldade de nos entendermos uns aos outros.
Entre tantos paradoxos, que embaraçam a trama da vida, é urgente repactuar o presente para inventar o futuro. Um mergulho na biodiversidade cultural em que nos movimentamos será capaz de revelar a beleza de nossa origem, feita de resiliência, alegria e encantamento. Tais habilidades, não há quem possa negar, sempre nos acompanharam. Se hoje parecem sufocadas ou esquecidas, é reconfortante saber que temos a quem recorrer.
Ainda podemos ouvir os guardiões do planeta. Aqueles que mantêm em seu estilo de vida a sabedoria necessária para curar a terra, limpar os rios, proteger as florestas e nos religar ao cosmos. Estejam eles entre árvores, no asfalto das cidades ou em centros de pesquisa.
Dessa confluência de saberes, brota a consciência inevitável de que nossas pegadas deixarão vestígios na Terra. Constatação que redobra a responsabilidade de todos com as escolhas do presente. Sempre seremos ancestrais de alguém. Que ancestral queremos ser? Certamente, seres solares. Os provedores de todas as cores da esperança.
Um futuro mais verde
Cada decisão que tomamos hoje impacta diretamente na herança que vamos deixar para as futuras gerações. Essa certeza, como explica Livia Pedreira, estimula uma mobilização da comunidade CASACOR para vislumbrar o futuro a partir das lentes do presente da sociedade. “[O tema] É também uma oportunidade para refletirmos sobre o impacto de cada ação ou escolha nos projetos, sobretudo quando falamos do morar”. Por isso, destaca, é preciso que avançemos em direção às construções ecoprogressistas, adotando princípios bioclimáticos – como luz e ventilação natural, materiais renováveis de baixa emissão de carbono, eficiência térmica e acústica – e mobilizando recurosos e agentes locais para responder criativamente às questões mais urgentes do nosso tempo.
“Esse exercício deve estar pautado em inovação e responsabilidade com o legado que pretendemos deixar para as gerações futuras”, acrescenta a curadora. Ela destaca que o Manifesto 2024 evidencia ainda mais essa intenção, ao propor uma imersão na nossa biodiversidade cultural, na beleza da nossa origem, feita de resiliência, alegria e encantamento. “Nos convoca também a ouvir as vozes dos guardiões do planeta, aqueles que mantêm em seu estilo de vida a sabedoria necessária para curar a terra”, sintetiza Livia.
Retomada dos saberes ancestrais
Cestarias indígenas, bancos de taipa, bordado e artesanato: o decorar hoje é muito mais sustentável e rico de histórias, de saberes ancestrais que ultrapassam gerações. “Trazer a ancestralidade para o presente é reconhecer e valorizar as nossas origens“, explica Pedro Ariel Santana. Por isso, retomar a sabedoria dos povos originários é também estabelecer uma nova relação com a natureza e com o tempo. É lá onde estão resguardadas as histórias que definem quem somos e o que queremos ser. “Uma casa, por exemplo, é muito mais que um teto. É o lugar onde traçamos as nossas mais importantes relações. (…) Trazer a ancestralidade para um ambiente é promover ricas trocas de experiências“, finaliza Pedro.
Confira os vídeos completos nas redes de CASACOR: Instagram, YouTube e LinkedIn. A CASACOR São Paulo acontece de 21 de maio a 28 de julho de 2024* no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, 2073. Garanta aqui seu ingresso!
* datas previstas sujeitas a alterações.