CASACOR Minas 2017 apresenta o PROJETO ESTAÇÕES

Com um objetivo de proporcionar o diálogo entre o design de interiores com o gráfico, o premiado designer Gustavo Greco, responsável por vários projetos e iniciativas de sucesso e Eduardo Faleiro, Diretor de Conteúdo e Relacionamento da CASACOR Minas, resolveram criar o Projeto Estações. A ideia surgiu durante uma conversa da dupla, que tem como proposta ocupar algumas vias de acesso do casarão por profissionais de destaque na área de design gráfico.

Greco, então, organizou o grupo, composto pela Hardy Design, Greco Design, Estúdio Lampejo e Márcia Larica. Cada um deles foi incumbido de fazer uma livre interpretação de quatro eixos de recuperação da construção ocupada nesta edição: a história, o restauro, a iconografia e os usos futuros do imóvel.

Embora individual, o processo contou com uma discussão em grupo, garantindo não apenas uma unidade, mas também um constante diálogo entre os trabalhos apresentados. Assim, Márcia Larica ficou responsável pela Estação 1, que aborda o tema História, a Hardy Design pela Estação 2 e o tema Restauro. A Greco Design ficou com a Estação 3 e o tema Iconografia e o Estúdio Lampejo com a Estação 4, que aborda o tema Usos Futuros. Um projeto que apresenta o design gráfico como instrumento para refletir o espírito do seu tempo e, mais do que isso, transformar seus significados.

Abaixo, você visita cada uma das quatro estações da CASACOR Minas e desejamos que tenha um bom trajeto!

Estação 2 - Restauro - Hardy Design

Restaurar um patrimônio é construir novos significados

O casarão, parte do complexo arquitetônico da Praça da Estação, que por anos foi sede da extinta RFFSA, nos remete às origens de Belo Horizonte. Em relatos oficiais e literários, a presença dos trens e das estações nos arredores do Curral Del Rey é descrita como essencial para que a nova Capital fosse construída. Inspirada por essa associação, a equipe da Hardy Design foi em busca do acervo do IPHAN e encontrou diversos materiais como capas de jornais, anúncios e matérias publicadas em revistas entre os anos de 1968 e 1994. Com uma linguagem urbana, trazem para este espaço recortes desse acervo em lambe-lambes iluminados com os holofotes que, antes eram usados nos jardins da casa. Com esta interpretação, utilizam o design gráfico como instrumento para refletir o espírito de seu tempo e, mais do que isso, para transformar significados. Sim, o trem é moderno, ainda hoje. A diferença é que hoje sabemos que o futuro da mobilidade não depende apenas dele. O futuro é intermodal e é compartilhado.

Estação 4 - Usos Futuros - Estúdio Lampejo

Um ambiente de passagem

Pensar o futuro deste espaço é antes de tudo entender que este, como qualquer outro lugar, é um ambiente de passagem. Por esses corredores caminharam outras pessoas, de outros tempos, com preocupações talvez muito distintas das nossas. Por isso, os designers do Estúdio Lampejo se interessaram em evidenciar este encontro, em que a trajetória desta geração se cruza com a história desta casa – destes tijolos, desta rua, desta cidade. Lançar luz sobre as paredes marcadas pelo tempo. Meditar sobre como todas as coisas contém a semente de sua própria transformação. As bandeiras configuram neste corredor uma espécie de portal em que a cada passo um novo verso se revela. Para ler todo o poema é preciso percorrer o trajeto de ida e volta. Com palavras emprestadas da poeta belo-horizontina Ana Martins Marques, um dos nomes mais celebrados da poesia brasileira contemporânea, a dupla ainda conta com o diálogo generoso e sensível dos arquitetos Fernanda Chagas e Gabriel Jota, que contribuíram para esta intervenção.