Símbolo de muitas religiões, como grega, judaica e cristã, a oliveira é uma planta capaz de atravessar séculos. Quando olhar para uma, saiba que ela pode cultivar, em cada parte, um pedaço da história do local onde está enraizada. E este ano, por meio do projeto de Alex Hanazaki, a CASACOR recebe 20 delas em seu Jardim Deca.
Conta a mitologia grega que duas divindades disputavam a proteção de seu povo em uma nova cidade. Era Atena, deusa da sabedoria, e Poseidon, rei dos mares. O desafio, então, foi dado. Ganharia o nome da cidade aquele que desse o presente mais precioso a ela. Poseidon mostrou sua força com os cavalos emergindo das águas salgadas. Já Atena ofereceu uma simples árvore, mas que era capaz de dar um alimento repleto de sabor e energia, além de produzir um óleo para iluminar e amenizar a dor dos feridos. Era a oliveira.
Bem, não é preciso dizer qual dos dois venceu a disputa. Até hoje, uma árvore é vista no local onde essa competição teria ocorrido e dizem que todas as outras de Atenas são descendentes dessa primeira oferecida pela deusa.
A beleza desse mito revela a força milenar dessa árvore. E, quando se diz milenar, não é um exagero. De fato, a oliveira mais antiga do mundo está em Portugal, na região de Santa Iria de Azóia, e foi certifcada, através de estudos científicos, com a data de 2 850 anos. Consegue imaginar quantos povos passaram por ali, colhendo seus frutos? De celtas até romanos, árabes e lusitanos.
Apesar de o país europeu ser reconhecido pela produção de azeite, relatos de uma longa história apontam que a origem dessa espécie é proveniente do sul do Cáucaso, dos planaltos do Irã e do litoral da Síria e Palestina. Tempos depois, devido ao comércio e expedições ultramarinas, a planta se espalhou e se adaptou muito bem no Mediterrâneo, sendo seu fruto incluído nas preferências gastronômicas locais.