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David Lynch: estética surrealista marca sua trajetória no cinema

O aclamado diretor de cinema morreu na última quarta-feira, deixando um legado marcante em diversas áreas do conhecimento

Por Chrys Hadrian
17 jan 2025, 16h31

Se você já assistiu à série Twin Peaks (1990) ou ao filme Cidade dos Sonhos (2001), o nome David Lynch não deve soar estranho para você. Artista multifacetado, que deixou sua marca em diversas áreas do conhecimento ao atuar como diretor de cinema, pintor e compositor, Lynch morreu na última quarta-feira, 15 de janeiro, quatro dias antes de completar 79 anos.

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Conhecido por suas histórias envolventes, que flertavam com o real e o surreal, explorando a natureza humana com personagens inesquecíveis e imagens que simbolizavam sonhos – e até delírios –, Lynch criou sua reputação pautada na imprevisibilidade de seu gênio criativo, que lhe permitiu criar mundos nem sempre lineares.

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Sua presença cinematográfica foi tão forte se tornou um verdadeiro movimento, cunhado pelo termo “estética lynchiana” – no qual tons vibrantes, elementos vintage e cortinas pesadas se toraram pano de fundo para narrativas surrealistas. Seu impacto foi tamanho que o artista chegou inclusive a participar do Salone del Mobile em Milão em 2024, mostrando como sua visão criativa transcendia as telas.

A boa notícia? É possível recriar na sua casa a estética de David Lynch com poucos ajustes para dar uma vibe cinematográfica ao ambiente – quem sabe para tirar do papel aquela tão desejada salinha de cinema. Confira algumas das nossas sugestões abaixo:

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Cena de Twin Peaks: The Return (2017) de David Lynch.
Cena de Twin Peaks: The Return (2017). (Reprodução/Divulgação)

Uso de cortinas dramáticas

Presentes em diversas obras de Lynch, as cortinas pesadas que parecem ocupar todo o ambiente aparecem justamente nos momentos mais surrealistas de suas narrativas. Para trazer um ar mais misterioso e intimista, aposte em tecidos densos e cores vibrantes, com comprimentos que atinjam do chão ao teto.

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Cena do filme Blue Velvet (1986) de David Lynch.
Cena do filme Blue Velvet (1986). (Reprodução/Divulgação)

Tonalidades marcantes e opostas

Cores como vermelho e azul frequentemente aparecem nos trabalhos de Lynch, criando contrastes emocionais e visuais. O vermelho evoca paixão, intensidade e mistério; enquanto o azul traz frieza, melancolia e introspecção. Use essas tonalidades para provocar sensações únicas e intensas em um ambiente.

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Cenário do filme Erasehead (1977) de David Lynch.
Cenário do filme Eraserhead (1977) de David Lynch. (Reprodução/Divulgação)

Estampas ilusórias

O chão em zigue-zague utilizado tanto na Sala Vermelha, em Twin Peaks, quanto no cenário do filme Eraserhead, é um exemplo icônico de como padrões geométricos podem criar uma atmosfera de estranheza e fascínio, contribuindo para a sensação de desconforto e surrealismo. Tapetes ou pisos com estampas ousadas podem transformar qualquer espaço em algo digno de um sonho lynchiano.

Cena do filme Rabbits (2002)de David Lynch.
Cena do filme Rabbits (2002)de David Lynch. (Reprodução/Divulgação)

Minimalismo com peças vintage

Nos cenários de Lynch, menos é mais. O espaço é definido pela sensação que ele provoca, e não pelo número de itens. Aposte em móveis vintage ou de design único, que carreguem uma história, e complemente com uma iluminação que valorize o vazio e as sombras.

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David Lynch designer? Sim, também temos!

Silencio Club, em Paris foi projetado por David Lynch. É impossível negar que este espaço parece ter saído diretamente de um dos seus filmes.
Silencio Club, em Paris foi projetado por David Lynch. É impossível negar que este espaço parece ter saído diretamente de um dos seus filmes. (Divulgação/Divulgação)

Além de diretor, Lynch se aventurou no design de interiores. Ele criou o clube noturno Silencio Club, em Paris, inspirado no que criou no filme Cidade dos Sonhos. Dando uma atmosfera única a cada espaço do clube, o diretor imprimiu sua marca permanentemente na cidade.

Lynch também participou do Salone del Mobile em 2024, onde apresentou os Thinking Rooms espaços projetados para estimular introspecção e criatividade, expandindo ainda mais sua influência para o mundo do design.

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“Thinking Rooms” - salas gêmeas projetadas pelo famoso cineasta e montadas com a curadoria de Antonio Monda para o Salone del Mobile.Milano 2024.
Mostra “Thinking Rooms” – salas gêmeas projetadas pelo famoso cineasta e montadas com a curadoria de Antonio Monda para o Salone del Mobile.Milano 2024. (salonemilano/Divulgação)
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