Continua após publicidade

O papel vira arte e ilusão de ótica na Miami Art Week

O artista chinês Li Hongbo surpreendeu os visitantes da Miami Art Week com sua escultura de papel e cola "Apollo"

Por Alex Alcantara
Atualizado em 26 jul 2018, 14h19 - Publicado em 6 dez 2016, 17h07

Li-Hongbo-Paper-Sculptures_03245963519

Quem vê se impressiona e não acredita. Alguns duvidam e só creem presenciando a cena. A arte de Li Hongbo desafia a estética e as percepções de espaço, textura e formato de esculturas. O artista chinês nasceu em 1974, um uma pequena província chamada Ji Lin e desde pequeno foi apaixonado por obras de papel colado. E foi essa paixão que o deixou conhecido, que desperta o interesse e curiosidade do público.

Li Hongbo viralizou em março, na galeria de arte contemporânea chinesa Klein Sun, em Nova York, onde ele apresentou o “Tools of study”. A exposição consistia em reproduções de bustos clássicos, figuras recorrentes na educação formal dos estudantes de arte, como o “David” de Michelangelo. Porém, não se tratavam apenas de estruturas feitas de gesso, porcelana, cerâmica ou madeira. Na verdade, os materiais usados por Li consistem apenas em papel e cola. E quem vê, se impressiona com o aspecto físico das obras, pois elas parecem se desmanchar, com aspecto de massinha, que esticam, perdem seu formato e logo são colocadas no lugar, retomando a sua forma original. Quem vê em vídeo, acredita ser efeito especial ou uma farsa. Mas é real.

li-hongbo-miami-art-basel

As esculturas são moldadas com serrote elétrico e formadas, às vezes, com 30 mil folhas, e cola. Nada mais. No acabamento, o artista usa uma ferramenta chamada rebarbadora (também conhecida como retificadora) e lixa. E então podem ser manipuladas e estendidas como sanfonas.

Continua após a publicidade

Quem visitou a Miami Art Week na última semana, pôde conferir o trabalho do artista chinês. Na feira de arte estava a escultura “Apollo”, com a demonstradora Kat Quinn, que impressionou os visitantes nas diversas apresentações que rolaram pelo evento.

“Com cola, corte e acabamento no papel, fiz as esculturas, que têm a mesma aparência, perfil e até a mesma cor que meus modelos de gesso. No entanto, podem ser esticados, revertidos e transformados nas mãos de pessoas. O estado estático mudou, junto com minha memória”, explica o artista.

Publicidade