Há quem duvide, mas criar uma galeria de quadros na parede pode ser mais difícil que parece. Isso porque erros muito comuns costumam ser cometidos na hora de criar a decoração, como por exemplo pendurar o quadro muito alto, colocar artes muito pequenas em relação aos móveis, ou mesmo, não montar corretamente a composição.
Para Mauricio Arruda, arquiteto e designer da TODOS Arquitetura, “utilizar quadros na decoração está no top cinco das coisas que mudam a cara de uma casa sem gastar muito”.
Veja a seguir as dicas para nunca errar na galeria de quadros que o arquiteto separou para a Urban Arts!
1. Sala de estar
Em casa, um dos locais mais importantes para colocar quadros é acima do sofá. Nessa área tradicional da decoração, é preciso se atentar ao volume do móvel, que pede uma decoração complementar. “Aqui temos o exemplo perfeito para a regra dos dois terços. Para um sofá com mais ou menos dois metros e dez, a composição deve ocupar no máximo um metro e vinte, por exemplo”, afirma Arruda.
Segundo ele, a disposição de dois terços pode ser triangular, quando são colocados quadros maiores lado a lado e alinhados na parte de baixo, enquanto o menor é colocado acima deles, formando um triângulo imaginário. Porém aqui vai uma dica valiosa: é preciso sempre lembrar que a composição deve ficar mais ou menos 25 centímetros acima do encosto.
“Nem toda composição precisa estar alinhada com o centro do móvel. É possível inserir outros elementos como partes da formação, simplesmente equilibrando o lado oposto do volume com uma dupla de quadros com tamanhos diferentes, por exemplo. Uma composição equilibrada pode ser simétrica quando há dois quadros do mesmo tamanho, ou assimétrica, quando são utilizados quadros de tamanhos diferentes que se equilibram”, explica o arquiteto. Para ele, quanto mais variar o tamanho e o formato dos quadros na parede, mais dinâmica fica a galeria.
Na sala, o canto da poltrona também não deve ser esquecido. “O combo poltrona, luminária e quadro é um clássico da decoração”, lembra. Mauricio Arruda destaca que, se o quadro for pequeno, não deve ser pendurado muito longe da poltrona para não parecer fora da composição. Caso haja uma planta alta perto da poltrona, equilibre o volume da planta colocando um quadro sobre a mesa de apoio.
2. Hall e lavabo
Na maioria das vezes, o hall do elevador e o lavabo costumam ser ambientes pequenos, difíceis de decorar. O desejo de pendurar uma obra de arte pode gerar muitas dúvidas sobre o tamanho e a quantidade. “A dica para este ambiente é sempre pendurar uma arte que tenha detalhes para serem vistos de perto”, afirma Arruda.
Mas o arquiteto alerta: se a ideia é criar uma composição de quadros, a distância entre eles não deve ser muito grande, restringindo-se entre 5 a 10 centímetros.
“Em espaços pequenos podemos ter galeria também. Faça uma composição de quadros na vertical. Se eles tiverem mais ou menos o mesmo tamanho, o quadro do meio fica com o centro a um metro e meio do piso. Eu gosto de surpreender com a escala dos objetos de decoração e utilizar quadros maiores mesmo em ambientes pequenos”, afirma o arquiteto.
3. Corredor
Assim como o hall e o lavabo, o corredor pode ser um ambiente que gere muitas dúvidas sobre qual tipo de obra de arte utilizar. Para Mauricio Arruda, esse tipo de espaço é ideal para criar galerias lineares a partir de quadros alinhados na horizontal. “Eu gosto de alinhar quadros por baixo, posicionando outros em cima de forma a criar uma espécie de triângulo visual“.
Essa dica de composição é perfeita para quem tem um pé-direito mais alto, ou até duplo.
4. Quartos
Já atrás da cama, as regras são as mesmas do sofá. Por ser um objeto com um volume grande, a cama demanda que, se for utilizada apenas uma arte, é necessário que ela ocupe pelo menos dois terços do tamanho da largura da cabeceira. Já uma composição com dois quadros ou um trio com o mesmo tamanho podem ocupar quase o mesmo tamanho da cabeceira.
“Se o quarto não tem arandelas ou pendentes, os quadros podem ser posicionados sobre as mesas de cabeceira e deixar a área sobre a cama livre, podendo ser uma composição simétrica ou assimétrica”, completa Arruda.