O poder transformador da arte de parede na visão destes 5 artistas
Com traços únicos e personalizados, esses artistas dão vida às paredes brancas e transformam a arte de parede em um item indispensável ao décor
A necessidade de consumir arte cresceu durante a pandemia da Covid-19. Por estarem passando mais tempo dentro de casa, as pessoas começaram a observar e avaliar os cômodos, móveis e objetos à sua volta, e assim, a necessidade de investir em espaços visualmente confortáveis cresceu.
Não importa se é colorida, monocromática, abstrata ou temática, o fato é que a arte em parede dá um novo sentido ao décor, tornando-se uma opção divertida, saudável e moderna para dar uma repaginada no ambiente.
A seguir, conheça 5 artistas talentosos que impressionam pelos seus traços únicos e personalizados.
1- Marcela Amaro
Com a delicadeza de seus traços e a força de seu feminino, Marcela Amaro é uma “arquiteta que virou tinta”. Formada em arquitetura, porém trabalhando há quatro anos neste universo da arte, a jovem artista de 26 anos impressiona por ter um desenho limpo, com cores sólidas e visualmente confortáveis.
O traço orgânico de Amaro mistura lembranças de diferentes fases da sua vida com o universo irreal. “Sempre falo que a visão artística é muito diferente da visão comum. Nós, artistas, somos como uma esponja: conseguimos absorver diferentes coisas do cotidiano”, conta.
Não importa o cômodo da casa ou o tamanho da parede, a arte de Marcela conversa com a decoração do espaço, trazendo harmonia e provocando sensações.
“A arte de parede tem uma questão sentimental e uma presença muito forte no ambiente, e por mais que o trabalho seja meu, é o cliente que vai conviver com ela”, explica Marcela.
2- Bruno “BR” Bogossian
Foi durante a faculdade de design, em 1998, que o artista Bruno “BR” Bogossian começou a grafitar as paredes da cidade do Rio de Janeiro. Aquilo que começou apenas como um hobby, hoje virou profissão.
Hoje, Bruno é reconhecido por sua arte que expressa o substantivo “liberdade” ao misturar diferentes cores, formas e técnicas. “Meu trabalho é sobre liberdade e natureza. Para mim, Deus está na natureza e eu gosto de exaltar isso.”
Durante a pandemia, o artista produziu uma série de pequenos quadros com um valor acessível e doou metade do dinheiro arrecadado ao coletivo Vidiga na Social, que atua no Morro do Vidigal, RJ, onde o artista mora.
Bogossian também marcou presença na CASACOR Rio 2021 colorindo a Sala Íntima, projetada pelas arquitetas Tatiana Lopes e Tatiana Pessoa Mendes, e celebrou o reconhecimento e o consumo de arte pelas pessoas durante o período de isolamento.
“As pessoas ficaram em casa olhando para a parede em branco e sentiram a necessidade de consumir arte, então, é muito legal ver como a arte tornou-se essencial para alegrar o dia a dia”.
3- Mura
Giulia Yoshimura, mais conhecida como Mura, abraça a arte botânica de todas as formas. Recém-formada em arquitetura, a jovem de 24 anos pintava um pouco de tudo no começo. “Se me pedissem para pintar o Poderoso Chefão na parede, eu topava”.
Com muito estudo, pesquisa e autoconhecimento, Mura foi crescendo organicamente e afunilando seu estilo. Trabalhou durante um ano com o grafiteiro Binho Ribeiro – um dos mais reconhecidos streets artists do Brasil –, que a incentivou a tocar sua carreira solo na arte.
A arte botânica de Mura é vibrante, colorida, delicada e de contemplação. Cada detalhe revela características marcantes não só da natureza, mas também da artista que sempre busca estudar suas inspirações.
“Conforme eu fui gostando de pintar plantas, percebi que não queria fazer o que era comum, então, comecei a pesquisar sobre novas espécies e me aprofundar no estudo da botânica”, conta a artista.
4- Renan Alves
As linhas orgânicas do artista Renan Alves convidam a imaginação das pessoas a trabalhar, uma vez que seus traços não são um objeto ou a representação de algo que já existe. “Se você disser a alguém que você desenha flores, fica fácil de imaginar, mas se você chegar e disser que desenha linhas pretas, fica mais desafiador.”
Formado em engenharia mecânica, Renan começou sua carreira como artista de parede há pouco tempo, porém seu talento o acompanha desde a infância.
Durante os meses de isolamento social, o artista de 28 anos aprimorou seus traços e percebeu que seu trabalho ganhou uma visibilidade e procura como nunca antes. “Parece que as pessoas passaram a querer colocar algo novo dentro de casa que antes não tinham.”
O artista mergulha no universo sólido e monocromático das cores, classificando seus traços com o substantivo transformação. “Eu sinto que as linhas vão se transformando no meio da minha arte. Se transformando em algo que não sei”, confessa Renan.
“Quando vejo minha arte, sinto que ela visualmente conversa com a pessoa; que ela passa alguma mensagem”, complementa.
5- Vitoria Borges
O sonho da jovem artista Vitoria Borges sempre foi trabalhar com arte de parede, porém, nunca achou que esse hobby tornaria-se um trabalho de fato. Chegou a cursar dois anos de ciências sociais na faculdade, mas logo percebeu que sua matéria preferida era a arte.
Em 2019, a artista passou uma temporada nos Estados Unidos e de lá trouxe diversas referências que cercam seu estilo. Borges inspira-se em um compilado de pequenas coisas dentro do universo da arte e da cultura para criar seu traço cheio de delicadeza e capricho.
“Eu nunca tenho uma única referência no processo de criação. Ele sempre envolve música, podcasts, estudos sobre a história da arte, ou seja, são várias referências para que eu consiga chegar no que estou fazendo hoje”, conta Vitoria Borges.
A jovem artista também afirma que, assim como ela, seus traços estão sempre em frequente mudança. “O que me encanta na minha arte é que ela tem uma constância, mas também uma constância que está sempre mudando.”
“Alguns meses atrás eu estava desenhando muito floral e agora tenho explorado e gostado muito de desenhar frutas, trazendo um pouco de brasilidade para minha arte”, revela Vitoria.