Fachada de muxarabis filtra o sol nesta casa de 430 m² na Bahia
Vão abertos, linhas retas e integração entre interno e externo marcam o projeto assinado pelo arquiteto Sidney Quintela
A utilização de muxarabis na fachada foi a solução arquitetônica encontrada pelo arquiteto Sidney Quintela para controlar a incidência solar desta casa de 430 m² em Feira de Santana (BA), permitindo um clima agradável no interior da residência e aproveitando ao máximo a iluminação e a ventilação natural.
O projeto feito para um casal com três filhos surgiu da necessidade da família em ter um lar que atendesse melhor à rotina dos moradores e aproveitou parte da edificação existente, reduzindo consideravelmente o consumo energético e a produção de resíduos. O resultado trouxe vãos mais amplos e linguagem contemporânea, linhas retas e integração plena entre o interno e o externo.
Com um programa distribuído em dois pavimentos, uma das premissas do projeto foi concentrar os ambientes sociais e de convívio no pavimento térreo, permitindo que tivessem integração total entre eles e também com a área externa. Neste pavimento, foi contemplado uma grande sala de estar com pé-direito duplo integrado ao jantar, cozinha, brinquedoteca, varanda gourmet, deck e piscina, além das áreas de serviço como copa, lavanderia, quarto de funcionário, depósitos e garagem.
O pavimento superior foi o local escolhido para os ambientes íntimos da família, que incluem quatro suítes e uma sala de TV com mezanino. Todos os espaços possuem iluminação natural, bem como ventilação cruzada, possibilitando um baixo consumo de energia e proporcionando conforto térmico.
A madeira ipê foi escolhida como o principal material de destaque, sendo utilizada em diferentes formatos ao longo da residência: muxarabi nas esquadrias, ripas no forro, lambri no deck e até mesmo lisa nos painéis recolhíveis de fechamento da cozinha. Em contraste com a madeira, a base neutra traz texturas de pedra e em cimento queimado, resultando em uma edificação de linguagem contemporânea e urbana.
“Utilizamos materiais naturais, como a pedra e a madeira, numa paleta de cores neutras e sóbrias, de modo que as cores mais vivas ficassem para as obras de arte e para as pessoas que utilizarão os espaços”, conta Quintela.
O projeto luminotécnico foi pensado para proporcionar uma luz mais dramática, utilizando luminárias com luz quente e mais focadas. Já nas áreas de trabalho e maior utilização, como cozinha, área de serviço e sanitários, a iluminação é mais homogênea e intensa.