Casa de 498 m² na Bahia tem décor local, brasileiro e despretensioso
O projeto do escritório Daniel Fromer & Arquitetos transcreve no décor um pedido da moradora – que a casa tivesse um "toque" do escritor baiano Jorge Amado
Uma casa acolhedora, aconchegante, que transmite calmaria e alegria – tanto para os moradores, quanto para os amigos. Esse foi o pedido de um casal com uma vida social agitada para o escritório Daniel Fromer & Arquitetos, comandado pelo arquiteto Daniel Fromer e coautoria de Kika Kamasmie. Com 498 m², o projeto situado num endereço paradisíaco – a Praia do Espelho, na Bahia – foi encomendado para Fernanda Berendt, proprietária e designer de interiores que fez questão de expressar sua paixão pela Bahia, com muita brasilidade, através do décor.
Conexão com a natureza foi o ponto de partida do projeto de interiores. Implantada ao redor de um Cipó – motivo principal da escolha do terreno –, a residência transborda a paixão da moradora pelo simples e natural. O local influenciou (e muito!) mais um dos desejos da proprietária, já que um dos pedidos foi que a casa tivesse um “toque” do escritor baiano Jorge Amado, e que ganhasse o ar de um de seus mais célebres romances – Gabriela Cravo e Canela – em uma versão contemporânea chic.
Uma paleta de cores neutra percorre todo o projeto, com cores da terra, do barro e da madeira. O escritório de arquitetura também se preocupou em trazer revestimentos que não vedam a conexão da casa com a natureza; e também em não apostar em nada muito chamativo, já que a proposta era criar uma casa que respirasse e fosse aberta ao exterior.
Complementando o layout repleto de brasilidades e peças atemporais, o projeto paisagístico, assinado por Rodrigo Oliveira, utilizou espécies nativas preexistentes e trabalhou em torno do Cipó, dando a sensação de que o jardim sempre pertenceu àquela casa e proporcionando frescor à construção.
Devido ao hábito dos moradores de receber amigos, a área social e de convivência foi privilegiada. Para que todos pudessem se conectar com facilidade, a sala-varanda se abre para o jardim e se integra à cozinha, aproveitando ao máximo a área útil de ambos os espaços. Além do núcleo social, uma sala de convivência conecta o núcleo íntimo, que abriga a suíte do casal e das duas filhas.
Pensando no conforto dos convidados, o arquiteto projetou e executou mais um núcleo, implantando, neste, três suítes, sala de TV e escritório – que pode servir de apoio ao home office ou até mesmo para um momento de calmaria e isolamento. A intenção aqui era executar um layout singelo, atemporal e que remetesse às casas do Sul da Bahia. O design de interiores acompanha e se complementa com a atemporalidade da casa, trazendo frescor na paleta e nos materiais escolhidos.
Para criar uma decoração local, brasileira e despretensiosa, técnicas de sustentabilidade foram amplamente utilizadas neste projeto. Por exemplo, nas paredes foram utilizadas as alvenarias caiadas, piso cerâmico de lajotas de terreiros de produção local, telhas de coxa reutilizadas de antigas construções da Chapada Diamantina e esquadrias feitas de peroba de demolição. Para manter a temperatura da casa amena e sempre arejada, os ambientes foram dispostos para que a ventilação e a iluminação natural fossem extremamente valorizadas, diminuindo o uso do ar-condicionado. Além da madeira de reflorestamento, o mobiliário, luminárias e metais foram, em sua grande maioria, produzidos por locais.
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